Fala de Chimamanda Ngozi Adichie à turma de Harvard

14 de junho de 2021

By KeMa

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Discurso da autora Chimamanda Ngozi Adichie à turma de 2018 de Harvard

Boa tarde!

Olá, Turma de 2018 de Harvard! Agradeço-lhes muito por terem me convidado para estar aqui hoje. Significa muito para mim saber que são justamente vocês, os estudantes, que escolhem o orador da turma: muito obrigada. Parabéns a vocês e também aos seus entes queridos que estão aqui.

Eu passei um ano maravilhoso no Radcliffe Institute aqui em Harvard, para onde vim fazer uma pesquisa no quadro do programa de bolsas em 2011. Me apaixonei por Cambridge, então é muito bom estar de volta.

O meu nome é Chimamanda, que em Ibo significa « Jamais o meu espírito individual será quebrado ». Não tenho certeza sobre o porquê, mas algumas pessoas acham meu nome difícil de pronunciar. Alguns anos atrás, fiz um discurso num evento em Londres. A inglesa que ia me apresentar tinha escrito foneticamente o meu nome num pedaço de papel que segurava firmemente nos bastidores enquanto repetia a pronuncia uma e outra vez. Eu via com clareza que ela desejava ardentemente pronunciá-lo da forma certa.

Logo ela saiu no palco, fez uma linda introdução e concluiu com as palavras « Senhoras e senhores, por favor deem as boas-vindas a CHIMICHANGA ! »

Contei esta história durante um jantar social pouco tempo depois e um dos convidados pareceu muito incomodado com o fato de eu rir do assunto. « É um comportamento ultrajante! » – disse ele – « Aquela inglesa poderia ter se esforçado mais! »

Mas, a verdade é que ela realmente se esforçara muito. De fato, ela acabou me chamando de burrito frito justamente porque ela tinha se esforçado muito, o que ocasionou um erro completamente humano. Aquilo foi resultado da ansiedade.

Então, o ponto dessa história não é que vocês podem me chamar de Chimichanga. Nem pensem nisso! O ponto é que as intenções contam, assim como o contexto conta. Alguém poderia muito bem me chamar de Chimichanga, com o malicioso desejo de debochar meu nome, e nesse caso é certo que eu não acharia a mínima graça.

Porém existe uma diferença entre malícia e erro.

Atualmente vivemos numa cultura da denúncia, numa cultura da indignação. E vocês devem poder denunciar as pessoas! Vocês devem poder se indignar, porém sempre lembrem do contexto e nunca desconsiderem as intenções.

Se me perguntassem o título da minha fala de hoje a vocês, diria «Acima de qualquer outra coisa, não mintam» ou «Não mintam demais», isto é, «Falem a verdade».

Mentir, ou seja, a palavra, a ideia, o ato possui na América de hoje uma carga política tal que de alguma forma parece adequado “Acima de tudo, não mintam”.

Eu cresci na Nigéria, passando por várias ditaduras militares e democracias incipientes, uma atrás da outra. Portanto, sempre vi os EUA como uma inspiração. Quando em âmbito político algum outro absurdo acontecia, dizíamos: «Isso jamais aconteceria nos EUA!»

Porém, hoje em dia o discurso político nos EUA inclui perguntas que provêm diretamente da terra do absurdo, perguntas como «Deveríamos chamar de mentira uma mentira?», «Quando uma mentira é uma mentira?».

É por isso, turma de 2018, que em nenhuma outra época isso foi tão urgente quanto agora: temos o dever de proteger e valorizar a verdade.

Mas antes de eu falar para vocês sobre não mentir, tenho que admitir que minto. Minto sistematicamente sobre minha altura, até mesmo no consultório do médico.

Em Lagos, quando tenho um almoço marcado com amigos, ao dizer a eles que estou presa no trânsito, estou mentindo, pois na verdade nem sai de casa, ainda estou terminando de me arrumar.

Agora, tem outro tipo de mentiras: infelizmente não posso contar nada sobre elas a vocês sem ter de matá-los logo em seguida. Porém, o que sei é que sempre me sinto a melhor mim e sempre dou o meu melhor quando não temo a verdade, quando não minto. De modo que os maiores arrependimentos de minha vida são aqueles momentos em que não tive coragem para abraçar a verdade.

Agora, falar a verdade não significa que tudo dará certo. De fato, às vezes não dá certo. Não estou pedindo para vocês falarem a verdade porque isso sempre vai dar certo, mas bem porque vocês dormirão em paz. E não há nada mais bonito que o fato de acordar todos os dias tendo nas mãos os pesos e medidas exatos da sua própria integridade.

Muitos anos atrás, antes que meu primeiro romance fosse publicado, participei de uma conferência de escritores aqui nos Estados Unidos. Era uma reunião entre vários aspirantes escritores e alguns escritores já consagrados. Agora, o fato de os primeiros, os aspirantes escritores, bajularem os segundos, os escritores consagrados, constituía o rito de culto da conferência. Assim, durante uma das pausas, fui até um homem, um escritor consagrado cujo nome eu conhecia bem mas cujo trabalho não tinha lido, apertei-lhe a mão e disse-lhe que era uma grande fan dele.

«Adoro o seu trabalho!» – eu disse.

Sua esposa estava sentada ao lado dele.

«Então, qual livro dele você leu?» – perguntou ela. Eu fiquei em choque.

«Qual você leu?» – perguntou ela outra vez.

Todos ao redor da mesa ficaram em silêncio, olhando, aguardando. Sorri um sorriso doido e em seguida gaguejei « O que fala do…O que fala do homem se descobrindo!» O que, claramente, foi uma grande balela. Mas pensei que poderia ser convincente já que àquela descrição meio que corresponde à metade dos romances escritos por homens.

Então me escapei. Mas antes de fugir ouvi o escritor dizer à mulher «Amor, você não devia ter feito aquilo.»

Porém, a verdade é que EU não devia ter feito aquilo. Ler um romance é honrar a arte. Para quê mentir sobre algo que você de fato não honrou?

Óbvio que senti uma vergonha indescritível naquele dia, mas com o tempo fui desenvolvendo respeito pelo que a esposa do escritor possuía: um fantástico detector de mentiras.

Porém, agora que tenho a sorte de ser uma escritora consagrada, e uma que, aliás, não mente para não perder a mínima oportunidade de se deleitar chapinhando em elogios, consigo perceber quando uma pessoa está dizendo palavras vazias e isso soa bem pior do que se a pessoa não tivesse falado nada.

Portanto, tenham um bom detector de mentiras. Caso vocês ainda não o tenham, chegou a hora de trabalhar nisso!

Mas possuir este detector implica que você o use também em si mesmo. E às vezes as verdades mais duras são aquelas que devemos dizer a nós mesmos.

As primeiras vezes que enviei meu texto inicial a agentes e editoras e comecei a receber rejeições, convenci-me de que o meu trabalho simplesmente não tinha encontrado o seu lugar. Coisa que pode até ter sido verdadeira. Porém, havia uma outra verdade, que demorei muito mais para considerar: o manuscrito não era bom.

E, de fato, o primeiro romance que escrevi – ou que eu acreditava ser um romance – afinal devia ser guardado numa gaveta. Sou tão grata por ele nunca ter sido publicado. Custa dizermos a nós mesmos a verdade sobre nossos fracassos, nossas fragilidades, nossas inseguranças. Custa dizermos a nós mesmos que talvez não demos nosso melhor. Custa dizermos a nós mesmos a verdade sobre as nossas emoções, e que talvez o que estamos sentindo é mágoa e não raiva; que talvez chegou o tempo de encerrarmos o capítulo daquele relacionamento e irmos embora.

E aí, depois de tê-lo feito, nos sentimos melhor.

Entendo que a missão do College de Harvard convoca-os a se tornarem cidadãos-lideranças. Nem sei o que significa cidadãos-lideranças. Soa meio que como um graduado de Harvard dizendo « Fiz o college em Boston », coisa que, aliás, deve ser a forma mais falsa de modéstia.

Por favor, Turma de 2018, quando alguém perguntar onde vocês fizeram o college, apenas digam « Harvard ».

Aliás, aliás, fiz minha pós-graduação em Yale. Não em New Heaven, onde há outras universidades, mas também sabemos que no grande concurso de esnobismo dos colleges americanos de prestígio, meio que tanto faz onde você fez sua pós-graduação. É onde você fez sua graduação que importa, e é bem possível que eu nem saiba como isso tudo funciona.

Então, vocês estão encarregados de ser cidadãos-lideranças, o que, suponho, significa que estão encarregados de serem lideranças. Volta e meia me pergunto quem serão os liderados se se supõe que todo mundo deva se tornar um liderança.

Mas que você seja um liderança ou que você seja o liderado, minha maior recomendação é que se curve diante da verdade, cometa pecado por excesso de verdade.

Para conseguirem isso mais facilmente, façam da literatura sua religião. Ou seja, leiam muito. Leiam ficção, poesia, e não-ficção. Façam das histórias humanas o centro da forma como vocês entendem o mundo. Olhem para as pessoas como o que elas são: gente. Não olhem para elas como se fossem abstrações que devem se conformar com uma lógica desumana, mas, sim, como pessoas, frágeis, imperfeitas, com orgulhos que podem ser feridos e corações que podem ser comovidos.

A literatura é a minha religião. A literatura me ensinou que nós humanos somos defeituosos: todos nós somos imperfeitos. Mas embora sejamos defeituosos, somos capazes duma bondade duradoura. Não é necessário que sejamos perfeitos para fazermos aquilo que é justo e correto.

E vocês, turma de 2018, estão bem familiarizados com falar a verdade. Quando vocês se posicionaram firmemente ao lado dos trabalhadores do restaurante universitário durante a greve, quando vocês foram às ruas para protestar contra a supressão do programa para o Adiamento da Expulsão dos Imigrados em Idade Infantil (DACA), quando vocês apoiaram o movimento Black Lives Matter, vocês estavam falando a verdade sobre a dignidade que cada ser humano merece individualmente. Eu os aplaudo. Encorajo-os a continuarem assim.

Entretanto, não esqueçam que agora, fora do ninho de Harvard, as consequências serão maiores, os desafios serão ainda maiores. Mas por favor, não deixem isso impedir-lhes de falarem a verdade.

Às vezes, sobretudo em espaços politizados, falar a verdade será um ato de coragem: sejam corajosos. Nunca lancem uma provocação pelo simples gosto de fazê-lo, mas também nunca fiquem quietos pelo fato de temerem que a verdade que dirão seja provocante. Sejam corajosos.

As pessoas podem demonstrar uma extraordinária resistência contra os fatos que não os agradam. Porém, não deixem isso calar sua verdade. Sejam corajosos.

Sejam suficientemente corajosos para reconhecer que, mesmo que o posicionamento de quem está do outro lado não seja válido, é válido conhecer qual é esse posicionamento. Escutem quem está do outro lado. Ou pelo menos, quem está de um outro lado razoável.

Sejam suficientemente corajosos para reconhecer que a democracia sempre está frágil; e que a justiça não tem nada a ver com a direita ou a esquerda política.

Sejam suficientemente corajosos para reconhecer aquelas coisas que travam o caminho que leva a falar a verdade: a sagacidade vazia; a ironia que vem com a falência moral; o desejo de agradar; o obscurantismo deliberado; a propensão para confundir cinismo com sofisticação.

Sejam suficientemente corajosos para aceitar que a vida é uma bagunça: nem sempre as suas vidas estarão perfeitamente afinadas com sua ideologia. Às vezes nem sequer suas escolhas estarão afinadas com sua ideologia. Não justifiquem nem racionalizem isso: reconheçam-no. Porque é justamente nas tentativas de justificar que acabamos nos enfiando naquele tortuoso, obscuro e infinito túnel de mentiras do qual às vezes é impossível reemergirmos íntegros.

Sejam suficientemente corajosos para dizer «não sei». Fazer isso pode ser mais difícil quando todo o mundo os chama de «Harvard», porém admitir a própria ignorância abre uma oportunidade, enquanto negar a própria ignorância leva a uma porta fechada. E é preciso ter coragem para admitir aquilo que não sabemos.

Muitas pessoas acham que Harvard é a melhor escola do mundo. Pessoalmente não tenho certeza sobre isso: preciso conferir o que meus amigos em Yale acham. Mas, sei sim que para muitas pessoas pelo mundo todo Harvard se tornou muito mais do que uma simples escola.

Harvard é a metáfora de um intocável êxito intelectual. E agora que vocês obtiveram sua graduação por Harvard – bem, na verdade quase obtiveram, pois ainda não receberam seus diplomas e os receberão somente amanhã; e suponho que ainda dá tempo para o pessoal da administração de Harvard mudar de ideia sobre entregá-los a vocês. Mas supondo que as pessoas da administração não mudem de ideia e que portanto vocês recebam seus diplomas e se tornem diplomados de Harvard, o mundo tirará conclusões sobre vocês.

Muitas dessas pressuposições serão feitas a seu favor, como no caso das relacionadas à competência e à inteligência. Ao ver «Harvard» escrito em seus currículos, os empregadores prestarão atenção neles.

Porém haverá outras pressuposições. Pessoas que não sabem nada sobre vocês, senão que vocês estudaram em Harvard, chegarão à conclusão de que vocês se sentem superiores, que vocês se acham.

Elas vão revirar os olhos quando vocês cometerem um erro humano comum. Pode acontecer que, em algum momento das suas vidas, vocês ouçam, num tom que não pode ser qualificado como amável, «Lá vai um Harvard…».

Agora, com total transparência: um dia um amigo meu me contou que a única coisa que ele tinha aprendido em Harvard era se comportar como alguém que estudou em Harvard. Eu tenho repetido essa anedota muito frequentemente e com grande alegria.

Portanto, vocês vão inspirar ressentimento, e talvez isso os ajude a lembrar que todo mundo é humano, os privilegiados inclusive.

Contudo, essas pressuposições que as pessoas farão sobre vocês são minúsculas quando comparadas ao imenso privilégio que vai junto com um diploma de Harvard.

Agora vocês vão ter um certo tipo de acesso, um certo tipo de poder. E sei que é terrivelmente clichê dizer que vocês devem, a partir de agora, usar este poder para transformar o mundo, eu sei, mas, realmente, vocês devem a partir de agora usar este poder para transformar o mundo.

Transformem uma fatia do mundo, não importa quão pequena seja essa fatia. Se vocês experimentarem um sentimento de insatisfação com o status quo, alimentem esta insatisfação: sejam impulsionados pela sua insatisfação, ajam, entrem no sistema e mudem o sistema.

Desafiem as pressuposições de aço nas quais se fundamentam tantas instituições culturais dos Estados Unidos. Contem novas histórias. Propugnem novos contadores de histórias, porque a verdade é que o universal não pertence a nenhum grupo específico de pessoas. A história de qualquer pessoa é potencialmente universal. Só precisa ser bem contada!

Transformem a mídia dos EUA: façam com que ela enfoque a verdade, não o entretenimento, não a geração de lucros, mas a verdade.

E, enquanto vocês estão fazendo isso, sejam espertos a respeito de quando vocês precisam se comedir e quando vocês não precisam. Porque às vezes perseguir o comedimento trava o caminho que leva a dizer a verdade.

Se vocês estão informando que o sol nasce a Leste, vocês não precisam prestar ouvido à contraparte, pois na verdade não há contraparte.

Um diploma de Harvard lhes abrirá portas, lhes dará oportunidades, mas, infelizmente, tenho de informá-los de que não os tornará invencíveis. Vocês sempre possuirão aquela frágil essência humana situada no âmago de cada um de nós.

Haverá momentos em que vocês estarão paralisados diante da possibilidade de fracassar, momentos em que o medo de fracassar vai travá-los.

Nestes momentos, aqui vai a verdade que é fácil esquecer: na verdade vocês não têm certeza de que fracassarão.

Eu tive a sorte de receber do universo uma dádiva maravilhosa: a dádiva de saber desde criança o que eu amava mais que qualquer outra coisa. Tive a sorte de ter pais fantásticos que me apoiaram e me encorajaram. E os meus pais estão aqui hoje.

Escrever é o que eu amo. Se eu não tivesse tido a sorte de ser publicada, neste exato momento me encontraria num lugar qualquer, seria totalmente desconhecida, estaria possivelmente quebrada, mas, ainda assim, estaria escrevendo.

Dentre vocês que estão aqui hoje, alguns sabem, assim como eu, o que amam. Outros não sabem.

Se vocês ainda não sabem, acabarão por saber. E se não for algo que vocês amam, então será algo do qual vocês gostam, algo que vocês não odeiam…Ou, algo…

Vocês vão descobrir esse algo.

Mas, para lá chegar, vocês têm que tentar.

A extraordinária Shonda Rhimes disse muito sabiamente que “Você tem que fazer alguma coisa até que você possa fazer outra coisa”.

Tentem, e se não der certo, tentem uma outra coisa.

Eu soube, depois de ter passado um ano na escola de medicina, que aquilo não era para mim. Bom, isso não é totalmente verdadeiro: eu já sabia antes mesmo de ir cursar medicina, só que cursar medicina deixou isso definitivamente claro para mim. E não é tempo desperdiçado, é experiência. E a experiência vai te servir de formas que você não imagina.

Não sei dizer quantas vezes, ao longo da escrita do meu segundo romance, Metade de um Sol Amarelo, o qual foi um livro profundamente emocional para mim, me senti abalada pela incerteza. Eu pulava na cama e ficava comendo chocolate.

Porém sabia que depois de ter comido todo aquele chocolate, depois de ter vindo a baixo num lugar obscuro, eu me levantaria e seguiria escrevendo.

Não sei dizer quantas vezes eu sentava para escrever e no lugar disso acabava entrando na internet para procurar sapatos; e colocava diversos sapatos em vários carrinhos, em seguida removia alguns, pegava outros de volta, encomendava uns e não encomendava outros…

Na realidade estou pensando em iniciar uma sociedade de respeitáveis procrastinadores. E o meu palpite é que muitos de vocês provavelmente se inscreveriam.

A procrastinação é uma forma de medo. E é difícil admitir o medo.

Porém a verdade é que você não pode criar nada de valor se não duvidar de si e não confiar em si ao mesmo tempo.

Sem a dúvida você se torna autocomplacente; sem a autoconfiança, você não tem como ter êxito. Você precisa de ambas.

E há também o medo de não estar à altura, de se manter a par, coisas que para vocês poderiam ser acentuadas pelo grande peso de todas aquelas expectativas que vêm com Harvard.

Eu quero compartilhar um verso de um lindo poema de Mary Oliver:

Sejas quem fores, não importa quão só, o mundo se entrega à sua imaginação.

Quando vocês caem no desânimo pela competição; quando vocês se comparam com outros diplomados em Harvard, quando vocês ficam aflitos por não terem obtido aquele emprego na Goldman ou em Mckinsey, no Vale do Silício logo após sua graduação ou por não ter ganho um prêmio Pulitzer aos trinta anos ou ainda por não ter se tornado sócio do executivo de algo ao 35 anos, pensem na literatura.

Pensem nos talentos precoces que cometeram alguns deslizes e também nos talentos tardios. Pensem nos muitos romances experimentais que não seguem a forma tradicional.

A sua história não deve necessariamente ter o arco narrativo tradicional.

Há um dito ibo: “Mbonye djikounyi bu sthu tsuya.”

Sua tradução literal é “Seja lá qual for a hora em que você acorda, a manhã é sua. O que importa é acordar”.

O mundo os está chamando. América os está chamando.

Há trabalho pela frente. Há coisas desbotadas que precisam brilhar de novo. Há coisas quebradas que precisam ser reconstituídas num todo.

Vocês estão na posição de fazer isso. Vocês conseguem fazê-lo. Sejam corajosos. Falem a verdade.

Eu lhes desejo coragem e lhes desejo tudo de bom!

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